quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Uma Noite de Natal - cordel



Uma Noite de Natal
Cordel feito em parceria por João Carlos Nogueira e Felipe Amaral

1
No princípio de dezembro
Eu tive uma sensação
Que me encheu de alegria,
Alento e inspiração.
Percebi o que se dava:
Era o natal que chegava
Pra' abrandar-me o coração.
2
Eu tive a leve impressão
Que tudo iria mudar:
Findariam meus problemas
E a paz iria reinar.
E confirmei esse aval
Quando senti o natal
Penetrando no meu lar.
3
Arrumei todo o lugar
Quase trinta dias antes
Do natal e vi que foram
Tão bons aqueles instantes.
Momentos que a tudo excedem...
Que os dias que o antecedem
Pra mim são muito importantes.
4
Pus luzinhas cintilantes
Que piscavam sem parar,
Coloquei guirlandas belas
Com intento de enfeitar
Portas... E, através das lentes,
Vi brilhos intermitentes
Dando beleza ao meu lar.
5
Ornei até o pomar
Ao lado do meu chalé.
Fiz um boneco de gelo
E pus sobre ele um boné.
De morango, os olhos fiz.
Pus cenoura por nariz
E um sapato em cada pé.
6
Preenchi o lar de fé
Ao ler a Bíblia Sagrada
Em cada dia do mês
Co' as crianças, na sacada - 
Pra que a paz ao lar se integre,
Ao ver cada qual alegre
Diante da casa enfeitada.
7
A árvore por mim ornada
Pus na sala (bem no meio),
Presentes ornamentais,
Embaixo, eu pus sem receio
Que os abrissem sem cuidado,
Pois só de isopor picado
Cada qual estava cheio.
8
Senti da data o enleio,
Mesmo sem ela inda haver
Chegado, incisivamente,
Mas pude compreender
Que o natal já me trazia
Um pouco da alegria
Que em seu dia iria ter.
9
O mês se encheu de prazer
E eu decidi desfrutar
Do clima tão aprazível
Que vinha propiciar
Que eu me sentisse propenso
A festejar o imenso
Prazer desse mês sem par.
10
Saí a fim de encontrar
Amigos pela cidade.
Achei alguns “de visita”
À minha localidade
E me vi propenso a rir,
Bem como, “me divertir”
Com toda aquela amizade.
11
Vendo a luminosidade
Das ruas por onde andava
(Mesmo que, ainda, o natal
Mesmo não se apresentava!),
Eu já sentia algo ali
Que dava' a' impressão de que
O natal já se “encontrava”.
12
Ao caminhar, eu pensava
Nos natais antes passados
E meditava comigo
Em quantos anos findados
Com tantos risos e cânticos
Sentimentais e românticos,
Mas, hoje, só recordados!...
13
Os dias são desagrados;
As horas, desagradáveis;
Os minutos, desesperos;
E os segundos, implacáveis...
Tudo passa tão veloz,
Que, até mesmo os tons da voz,
Não se mostram imutáveis!...
14
As palavras mais louváveis
Que falamos no passado
São esquecidas depressa
E o que fora (^) realçado
Pelo modelo das tais
Já não resiste – não mais! - 
E, ao fim, é tudo olvidado!...
15
Vi que o natal desejado
Por mim, ligeiro, viria,
Então decidi fazê-lo
Durar mais que um mero dia.
E, assim, aproveitei mais
E nunca mais vi natais
Partirem rápido demais
E não deixarem pra mim
A certeza que tentei
Fazê-los sem fim, pois sei
Que, ao máximo, “os aproveitei”
E quase os fiz não “ter” fim.

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