quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Refulge a luz natalina / Nas catedrais de cristal.



Refulge a luz natalina
Nas catedrais de cristal.


1
Todo natal traz um brilho
À vida triste e opaca
E a luz da paz se destaca,
Eliminando o’ empecilho...
Ecoa o doce estribilho
De uma canção divinal
E o puro amor fraternal
No peito se dissemina.
Refulge a luz natalina
Nas catedrais de cristal.
2
Cintila a tocha do amor
Nas criptas do coração
Quando essa celebração
“Nos proporciona” fulgor...
A brisa traz um frescor
Nessa data especial
Que afugenta a dor e o mal
Quando a’ aflição extermina.
Refulge a luz natalina
Nas catedrais de cristal.
3
Quando o farol natalino
“Se acende” dentro do peito,
Satisfeito, eu me deleito,
Sentindo o toque divino.
Nas badaladas do sino
Há algo de surreal
E é na noite vesperal
Que essa emoção nos domina.
Refulge a luz natalina
Nas catedrais de cristal.
4
Mas quando o natal se esvai,
O farol não mais fulgura,
A noite se faz escura
E a paz não se sobressai.
Da boca a canção não sai
E os sinos não dão sinal;
E o breu da cripta carnal
No coração predomina
E apaga luz natalina
Nas catedrais de cristal.

Mote desenvolvido em mourão com João Carlos Nogueira.
17/11/2012 – Círculo Poético

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Poesias sortidas feitas em parceria nas reuniões




Mote:
Círculo Poético é condor
No voo da inspiração
1
No meu lar foi feita estreia
De nobre reunião
E Osvanildo, meu irmão,
Foi quem teve a nobre ideia
De fazer essa assembleia,
Sendo, assim, sua invenção,
Na qual há paz, diversão,
Poesia, encantoe amor.
Círculo Poético é condor
No voo da inspiração.
(Felipe Amaral)
2
O – Esse nosso encontro é feito
F – Sempre a cada sexta-feira
O – e, assim, dessa maneira,
F – Ele se faz tão perfeito.
O – O “Círculo” não tem defeito.
F – Navega na perfeição,
O – Nas asas da inspiração,
F – Na' embarcação do amor.
Círculo Poético é condor
No voo da inspiração.

Mote: Felipe Amaral
Glosadores: Osvanildo Almeida (O) e Felipe Amaral (F)
Data: 21/01/2005


Mote:
Nós somos os cavaleiros
Da Távola da poesia
1
Nosso arsenal é de rima
E nossa espada é de verso.
Nosso castelo, o' universo
Onde o guerreiro se arrima...
Quando a luta se aproxima,
Luta sem ter covardia...
Na batalha desse dia
Dos vencedores guerreiros
Nós somos os cavaleiros
Da Távola da poesia.
(Osvanildo Almeida)
2
F – Somos bote de jiboia
O – Que vai tão feroz na presa
F – E ataca com ardileza
O – Quando na vítima se apoia.
F – Somos valiosa joia...
O – Detestamos tirania...
F – Não temos desalegria...
O – Somos simples mensageiros.
Nós somos os cavaleiros
Da Távola da poesia.

Mote: Osvanildo Almeida
Glosadores: Felipe Amaral (F) e Osvanildo Almeida (O)
Data: 14/02/2005


Mote:
O princípio da ciência
É o temor do Senhor
1
Saber que o pecado é morte
E que pra tal não há jeito;
Que praticar o direito
É muito mais do que sorte...
Não enfrentar o mais forte
Com energia e furor,
Mas praticar o amor
Com muita paz e eloqüência...
O princípio da ciência
É o temor do Senhor.
(Osvanildo Almeida)
2
O – Fonte da sabedoria
F – É temer ao Deus Supremo
O – Se corrigindo ao extremo,
F – Seguindo-O com alegria.
O – Não usar de covardia.
F – Reter pureza e alvor
O – Para dar à vida cor,
F – Que ser bom é sapiência.
O princípio da ciência
É o temor do Senhor.

Mote:
Felipe Amaral
Glosadores: Osvanildo Almeida (O) e Felipe Amaral (F)
Data: 18/02/2005


Mote:
Bem-aventurado o ser
Que encontra a sabedoria
1
O – Assim disse Salomão:
F – “Prefiro ter sapiência,
O – Sendo mestre da ciência
F – E obtendo a salvação”...
O – Não “faltou-lhe” inspiração,
F – Já que ele o Senhor temia.
O – Meditava dia a dia
F – E estava sempre a dizer:
Bem-aventurado o ser
Que encontra a sabedoria.
2
F – Salomão foi sábio rei
O – Que no Senhor meditava
F – E a sua fé colocava
O – Sempre a serviço da Lei.
F – Davi foi seu pai, eu sei,
O – Herói sem ter covardia.
F – Seu filho a todos dizia:
O - “Para obter o saber,
Bem-aventurado o ser
Que encontra a sabedoria”.

Mote: Felipe Amaral
Glosadores: Felipe Amaral (F) e Osvanildo Almeida (O)
Data: 18/02/2005


Mote:
Mulher é canção de paz
Na reunião do amor
1
O – A mulher é a candura.
F – É rosa de aroma santo.
O – Orvalho que verte pranto.
F – Cheiro de fruta madura.
O – Do viver é a doçura...
F – Pureza, riso e alvor...
O – Tem o encanto e o odor
F – De uma fragrância que apraz.
Mulher é canção de paz
Na reunião do amor.
2
F – A mulher tem a pureza
O – Da flor chamada jasmim.
F – Tem um encanto sem fim.
O – Tem ternura e tem beleza.
F – O toque da natureza
O – E a mão do Deus Criador...
F – Mulher é como' o' esplendor
O – Que a luz da esperança traz.
Mulher é canção de paz
Na reunião do amor.

Mote: Osvanildo Almeida
Glosadores: Osvanildo Almeida (O) e Felipe Amaral (F)
Data: 21/02/2005


Mote “unípede”:
Numa noite de natal...
1
O – Tudo parecia triste,
F – Mas, eis que nasceu pra o bem
O – Uma criança em Belém
F – E com ela a paz que insiste
O – Com tal amor que resiste
F – A todo golpe do mal...
O – E o menino especial
F – Foi chamado Emanoel...
O – Jesus que desceu do céu
Numa noite de natal.
2
F – Jesus menino divino,
O – Sinal de luz e amor,
F – Renovo da pura flor,
O – Príncipe que rege o destino...
F – Jesus, divino menino,
O – De ternura sem igual,
F – De amor e luz é sinal
O – Que, na treva, apareceu...
F – E tudo isso aconteceu
Numa noite de natal.

Mote: Felipe Amaral
Glosadores: Osvanildo Almeida (O) e Felipe Amaral (F)
Data: 21/02/2005


Mote:
Deus é o Mestre na arte
Da' Excelsa Filosofia
1
Deus botou dentro do ovo
Uma simples sementinha
Que, no calor da galinha,
Gera sempre um pinto novo...
Qual semente de renovo
Que, com mistério e magia,
Na terra germina e cria
Vegetais em toda parte...
Deus é o Mestre na arte
Da' Excelsa Filosofia.
(Osvanildo Almeida)
2
Deus, Senhor da criação,
Mandou Jesus, puro Ser,
Pra todo que n'Ele crer
Obter a salvação...
Cristo, em crucificação,
Sofreu imensa agonia
Pra remir naquele dia
Pecados de toda parte...
Deus é o Mestre na arte
Da' Excelsa Filosofia.
(Felipe Amaral)

Mote: Osvanildo Almeida
Glosadores: Osvanildo Almeida e  Felipe Amaral
Data: 22/02/2005


Mote:
Jesus, Luz da' humanidade;
Rei, Senhor da salvação.
1
O – Ao padecer o Cordeiro
F – Um sofrimento sem pausa,
O – Deus Pai sofria por causa
F – Do pecador desordeiro,
O – Vendo-O tombar o madeiro
F – E sofrer a' humilhação
O – De uma crucificação
F – Banhada de crueldade...
Jesus, Luz da' humanidade;
Rei, Senhor da salvação.
2
F – Meu Jesus, após a cruz,
O – Posto foi entre os mortais.
F – Em lugares sepulcrais,
O – Ali ficou meu Jesus.
F – E, ao terceiro dia, a luz
O – Surgiu na escuridão,
F – Pois, Cristo, em ressurreição,
O – Revelou-se em Divindade...
Jesus, Luz da' humanidade;
Rei, Senhor da salvação.

Mote: Felipe Amaral
Glosadores: Osvanildo Almeida (O) e Felipe Amaral (F)
Data: 22/02/2005


Mote:
Repouso no meu cansaço,
Mas canso de repousar.
1
O – Minha vida é estressante.
F – Estressante é minha vida.
O – Ladeira tem, sem descida,
F – Uma subida constante.
O – O cansaço é desgastante
F – E, eu, sem direito a parar,
O – Fracasso sem descansar,
F – Mas, se descanso, eu fracasso.
Repouso no meu cansaço,
Mas canso de repousar.
2
F – A minha angústia começa
O – Depois que irrompe a aurora.
F – Vem, fica, não indo embora,
O – Mas, se vai, logo regressa.
F – Meu dia assim “se atravessa”.
O – E, eu, sem poder descansar,
F – Trabalho pra me acabar
O – E acabo só o cangaço.
Repouso no meu cansaço,
Mas canso de repousar.

Mote: Osvanildo Almeida
Glosadores: Osvanildo Almeida (O) e Felipe Amaral (F)
Data: 23/02/2005


Mote:
Corro pra lá e pra cá
Procurando o que fazer
1
O – “Me encontro” muito disposto.
F – Disponho de muita força.
O – Mas, por mais que eu me contorça,
F – Eu nunca encontro o meu posto.
O – Vejo rugas no meu rosto.
F – É triste o meu padecer.
O – A minha vida é sofrer:
F – Quando este mal findará?
Corro pra lá e pra cá
Procurando o que fazer.
2
F – A vida é uma mesmice.
O – Quase sempre a mesma prova.
F – Pra mim nada se renova.
O – E tudo o mais é tolice!
F – Uma tremenda burrice
O – É viver sem ter prazer...
F – Tô vivendo sem querer.
O – Meu mundo é um “bê-á-bá”.
Corro pra lá e pra cá
Procurando o que fazer.

Mote: Felipe Amaral
Glosadores: Osvanildo Almeida (O) e Felipe Amaral (F)
Data: 23/02/2005


Mote:
Quem em silêncio se cala
Nada mais tem a dizer
1
O silêncio é argumento,
Sermão secreto da alma,
Um conselheiro que acalma
Turbilhões de sentimento,
O que sufoca o lamento...
Diminui nosso sofrer,
Ao que nos causa prazer,
Poupando o' esforço da fala...
Quem em silêncio se cala
Nada mais tem a dizer.
(Osvanildo Almeida)
2
Quando estou só em meu lar
Nem falo e nem risco estêncil.
Gosto de estar em silêncio
Pra' escutar Jesus falar,
Bem como me confortar,
“Me olhar”, “me compreender”,
“Me iluminar” e envolver
De uma fé que não se abala...
Quem em silêncio se cala
Nada mais tem a dizer.
(Felipe Amaral)

Mote: Osvanildo Almeida
Glosadores: Osvanildo Almeida e Felipe Amaral
Data: 04/03/2005


Mote:
Somos o galho e o fruto
De Jesus, nossa videira.
1
O – A luz de nossa esperança...
F – A esperança e a luz...
O – A nossa força é Jesus!
F – N'Ele pomos confiança,
O – Tendo gozo e temperança,
F – Paz e amor a vida inteira,
O – Animação verdadeira
F – E socorro absoluto.
Somos o galho e o fruto
De Jesus, nossa videira.
2
F – O fruto que vem de Cristo
O – É o fruto da bondade,
F – Paz e longanimidade,
O – Que é saboroso e benquisto.
F – Jesus passa um ânimo misto
O – De amor e fé verdadeira,
F – E da' alegria altaneira
O – Que do' alvo céu é produto.
Somos o galho e o fruto
De Jesus, nossa videira.

Mote: Osvanildo Almeida
Glosadores: Osvanildo Almeida (O) e Felipe Amaral (F)
Data: 04/03/2005


Mote:
Noé construiu a arca
Por ordem do Criador
1
O – Ouvindo a voz do Além,
F – Noé se sentiu honrado
O – De cumprir certo mandado
F – Javé, seu Deus, pra o bem
O – De Cão, de Jafé e Sem,
F – Filhos aos quais tinha amor...
O – Tendo Deus por Protetor
F – E a missão de patriarca,
Noé construiu a arca
Por ordem do Criador.
2
F – Noé pôs os animais,
O – Dois a dois, formando um par,
F – Na arca, a fim de os salvar
O – De fúrias torrenciais
F – De um mar de águas pluviais, 
O – De um temporal de furor
F – Mandado pelo Senhor,
O – E acolheu todos na barca.
Noé construiu a arca
Por ordem do Criador.

Mote: Felipe Amaral
Glosadores: Osvanildo Almeida (O) e Felipe Amaral (F)
Data: 04/03/2005


Mote:
Deus deu o seu único filho
Pra salvar a' humanidade.
1
O – Cristo é infinito amor.
F – É infinita bonança.
O – É a nossa segurança.
F – De Sarom, Ele é a flor.
O – Refúgio do pecador...
F – E, com sua grã bondade,
O – Mostrou sua divindade
F – Ao nos tirar do empecilho.
Deus deu o seu único filho
Pra salvar a' humanidade.
2
F – Deus Pai e nosso Senhor
O – É o Santo e Sumo Bem.
F – E foi, com certeza, Quem
O - “Nos trouxe” o Libertador.
F – Deus nos fez com tanto amor,
O – Com ternura e com bondade
F – Que não nos quis ver na grade
O – De uma existência sem brilho.
Deus deu o seu único filho
Pra salvar a' humanidade.

Mote: Felipe Amaral
Glosadores: Osvanildo Almeida (O) e Felipe Amaral (F)
Data: 11/03/2005


Mote:
A semana santa traz
Lembranças do salvador
1
O – Nos Santos Escritos tem
F – Registrada a grande história.
O – Fatos que trazem memória
F – De um Ser que pregou o bem...
O – Jesus nasceu em Belém
F – E se destacou no amor.
O – É nosso Libertador.
F – Morreu por pregar a paz.
A semana santa traz
Lembranças do salvador.
2
F – Morreu em Jerusalém.
O – Sofreu terríveis maus tratos.
F – Foi julgado por Pilatos.
O – Padeceu como ninguém...
F – O pregador de Belém
O – Foi vítima do pecador,
F – Sendo por seu traidor
O – Entregue à fúria voraz.
A semana santa traz
Lembranças do salvador.

Mote: Osvanildo Almeida
Glosadores: Osvanildo Almeida (O) e Felipe Amaral (F)
Data: 26/03/2005


Mote:
A Páscoa é tempo de paz,
Mas lembra a morte de Cristo.
1
O – Ovo de Páscoa e coelhinho,
F – Chocolate e diversão
O – fazem nossa tradição
F - “Junto” ao bacalhau e ao vinho...
O – Mas a coroa de espinho
F – E a cruz trazem o imprevisto
O – Co'o sofrimento, num misto
F – De alegrias e ais.
A Páscoa é tempo de paz,
Mas lembra a morte de Cristo.
2
F – Antes da celebração
O – Nos preparamos pra ceia
F – E a Páscoa de mesa cheia
O – Para a partilha do pão...
F – Antes, fazendo oração
O – Co'um pensamento benquisto,
F – Lembrando aquele imprevisto
O – Com Jesus, tempos atrás.
A Páscoa é tempo de paz,
Mas lembra a morte de Cristo.
F - “Junto” ao bacalhau e ao vinho,
O – Fazem nossa tradição
F – Chocolate e diversão,
O – Ovo de Páscoa e coelhinho.
F – Mas a coroa de espinho
O – Já traz pra data imprevisto...
F – Falar da cruz – não desisto! - 
O – Da dor, dos cravos, dos ais... 
A Páscoa é tempo de paz,
Mas lembra a morte de Cristo.
4
O – Jesus se deu por completo
F – Pra remir a' humanidade...
O – E, por Ser Ele a Verdade,
F – Por ela sofreu, repleto
O – De alvor, de paz e de afeto...
F – E hoje comemoram “isto”
O – Num comércio louco e misto
F – De ovos de Páscoa demais.
A Páscoa é tempo de paz,
Mas lembra a morte de Cristo.

Mote: Osvanildo Almeida
Glosadores: Felipe Amaral (F) e Osvanildo Almeida (O)
Data: 26/03/2005


Mote:
Deus é minha fortaleza
E a minha salvação.
1
O – Quando falo em Divindade,
F – Ouço o coração dizer:
O - “Tu tens muito o que fazer.
F – Levanta e prega a verdade.
O – Tu não fizeste a metade!
F – Vai, converte o não-cristão!
O – Mas fale de coração,
F – Da fé convicta, em defesa:
“Deus é minha fortaleza
E a minha salvação”.
2
F – O Senhor é o meu Guia.
O – Co'o seu cajado conduz
F – Suas ovelhas à luz
O – Da santa sabedoria.
F – Com sua voz silencia
O – O ribombar do trovão,
F – Trazendo-nos mansidão,
O – Aplacando a natureza.
Deus é minha fortaleza
E a minha salvação.

Mote: Felipe Amaral
Glosadores: Osvanildo Almeida (O)
Felipe Amaral (F)
Data 01/04/2005


Ao Poeta Leitor 
1
Monteiro Lobato tem
Escritos de boa fé...
Sendo cidadão também
Da cidade Taubaté,
Fez livros de ficção
Usando a' imaginação
Com intenção franca e pura,
Toda cheia de esperanças,
Pois retratava as crianças
Com sua literatura.
2
Penso em Dedé e Lobato,
Dois “Monteiros” numa lira:
Lobato, paulista nato;
Dedé, nascido em Tabira.
(Felipe Amaral)

Data 18/04/2005


Mote “Unípede”:
À luz da Santa Escritura...
1
O – Neste dom iluminado,
F – Que é o dom da poesia,
O – Deus nos dá sabedoria
F – Para por nós ser narrado
O – O perfeito e o sagrado
F – Evangelho em sã cultura...
O – A firmeza e a brandura
F – Unem-se para contar
O – Tudo o que der pra narrar
À luz da Santa Escritura.
2
F – Jesus nasceu de Maria,
O – Que era esposa de José.
F – E o Qual se criou na fé
O – Pra nos trazer alegria.
F – E foi feliz o seu dia,
O – Cheio de amor e ternura.
F – Cresceu Jesus com candura,
O – Sendo Mestre no saber...
F – Tudo isso eu posso dizer
À luz da Santa Escritura.
3
O – Jesus, o Sábio inocente
F – Que foi nascido em Belém.
O – Um Mestre como ninguém
F – E um Rei decisivamente...
O – Pra reinar eternamente
F – Fez-se homem em estrutura
O – E com mensagem segura
F – Edificou seu reinado,
O – Vendo o mesmo alicerçado
À luz da Santa Escritura.
4
F – Por fim, Cristo padeceu
O – A dor pela' humanidade.
F – Por não negar a Verdade,
O – Assim, o Cristo morreu.
F – Mas ressurgiu e se ergueu,
O – Saindo da sepultura.
F – E a sua glória perdura
O – Para nós eternamente,
F – Guiando-nos simplesmente
À luz da Santa Escritura.
5
O – À luz da Santa Escritura,
F – Uma verdade eu expus
O – Para falar com ternura
F – A história de Jesus.

Mote: Osvanildo Almeida
Glosadores: Osvanildo Almeida (O)
Felipe Amaral (F)
Data 23/04/2005 


Mote:
Nós conhecemos e cremos
No amor que Deus nos tem.
1
O – Enfrentamos incertezas.
F – Padecemos aflições.
O – Buscamos nas orações
F – As celestiais purezas.
O – Partimos em nossas mesas
F – O pão que só nos faz bem.
O – E, dando dele a alguém,
F – Muito mais nós recebemos.
Nós conhecemos e cremos
No amor que Deus nos tem.
2
F – A vida é feita de lida.
O – De batalha a vida é feita.
F – Só com Deus se faz perfeita,
O – Bem mais bela e colorida.
F – Pois, com Cristo, ela é vivida
O – Focando a Jerusalém
F – Que virá num mundo além
O – De tudo o que nós já vemos.
Nós conhecemos e cremos
No amor que Deus nos tem.
3
O – Somos pequeninos grãos
F – De areia num mundo infindo.
O – Gotas de água caindo
F – Por entre os dedos das mãos...
O – Todos nós somos irmãos,
F – Feituras de Deus também,
O – Que falar n'Ele convém,
F – Sem falar, nós morreremos.
Nós conhecemos e cremos
No amor que Deus nos tem.

Mote: Felipe Amaral (F)
Glosadores: Osvanildo Almeida (O)
Felipe Amaral (F)
Data 03/05/2005 


Mote:
Dia das mães, santo dia
Cheio de amor e ternura.
1
O – Arca de um tesouro infindo,
F – Fonte que jamais se esgota,
O – Um valor em alta nota,
F – Águas de um mar puro e lindo,
O – Taça com a qual eu brindo
F – Ao riso, à paz, à doçura
O – De quem eu fito a candura:
F – Da mamãe que me auxilia.
Dia das mães, santo dia
Cheio de amor e ternura.
2
F – Asas brandas que esvoaçam
O – Cobrindo parte de mim.
F – O motivo porque vim
O – Ver os sorrisos que passam...
F – Os filhos, mãe, que te abraçam
O – Vivem à tua procura
F – Pra absorverem doçura
O – E amor da tua energia.
Dia das mães, santo dia
Cheio de amor e ternura.

Mote: Osvanildo Almeida
Glosadores: Osvanildo Almeida (O)
Felipe Amaral (F)
Data 03/05/2005 


Mote:
Vi desabrochar as flores
No dia dos namorados.
1
Beija-me profundamente
Co' eternas juras de amor...
No teu beijo sedutor
A saliva escorre quente...
E, nessa paixão ardente,
Meus lábios são sufocados
Em teus lábios encarnados,
Duplamente sedutores.
Vi desabrochar as flores
No dia dos namorados.
(Osvanildo Almeida)
2
A brisa corria solta
Numa manhã prazenteira.
Depois, ela, à tarde inteira,
Achava-se já envolta
De auras de paixão revolta,
De sonhos surdos, calados...
E, à noite a vi pelos prados
Co'o vento fazendo amores.
Vi desabrochar as flores
No dia dos namorados.
3
O – Estando longe de mim,
F – Um amor me inspira ausente.
O – Mas, se ele estiver presente,
F – Na angústia ei ponho um fim...
O – Ao meu bem eu digo assim:
F - “Dê-me os seus beijos molhados,
O – Que os meus estão ressecados,
F – Necessitados de amores”...
Vi desabrochar as flores
No dia dos namorados.
4
F – Posso sentir a paixão
O – Maltratar a minha alma.
F – Revolto-me e perco a calma.
O – Porém mereço o perdão...
F – Inquieto o meu coração,
O – Multiplicando os pecados,
F – Por não achar saciados
O – Meus desejos promissores.
Vi desabrochar as flores
No dia dos namorados.

Mote: Felipe Amaral (F)
Glosadores: Osvanildo Almeida (O)
Felipe Amaral (F)
Data 03/05/2005


Mote:
Se a noite chegar ao fim, 
Ao seu final chegarei.
1
O – A noite está caminhando
F – E hoje eu caminho com ela.
O – É linda. É negra. Donzela.
F – E eu a vivo cortejando.
O – Quando estamos nós andando,
F – Vai, mas pra onde, eu não sei.
O – Mas, ao final, que direi?:
F – Vai, pois. Te aparte de mim!
Se a noite chegar ao fim, 
Ao seu final chegarei.
2
F – Dupla somos, eu e ela,
O – Ombro a ombro, lado a lado.
F – Temos um viver traçado
O – E nada nos desatrela...
F – Pintamos uma aquarela
O – Nas cores que eu encontrei...
F – Nosso futuro eu juntei
O – Nos canteiros de um jardim...
Se a noite chegar ao fim, 
Ao seu final chegarei.

Mote: Osvanildo Almeida (O)
Glosadores: Osvanildo Almeida (O)
Felipe Amaral (F)
Data 03/05/2005 


Mote:
A vida só se faz bela
Se for bem aproveitada.
1
O – A vida é um paraíso
F – Cheio de encanto e prazer
J – Anima todo o meu ser
O – Por isso dela eu preciso.
F – Porém, só traz prejuízo,
J – Quando é desestruturada.
O – Mas é santa e a abençoada
F – Se não resulta em mazela.
A vida só se faz bela
Se for bem aproveitada.
2
F – Quem só por capricho
J – Não capricha a sua vida.
O – Não vê na mesma guarida.
F – Mas lança a mesma no lixo,
J – Feito joio ou carrapicho
O – Que dão na beira da estrada,
F – Os quais não passam de nada...
J -  Mas se igualam a ela...
A vida só se faz bela
Se for bem aproveitada.
3
J – Nossa vida se completa
O – Com amor, paz e união,
F – Bondade no coração,
J – Pra que atinjamos a meta...
O – E a mesma fica repleta
F – De uma alegria almejada
J – Quando é ela consagrada
O – Ao zelo, à paz e à cautela.
A vida só se faz bela
Se for bem aproveitada.

Mote: Júlio Gomes (J)
Glosadores: Osvanildo Almeida (O),
Felipe Amaral (F) e Júlio Gomes (J)
Data 13/05/2005 


Mote:
As flores do campo são
De perfumes guarnecidas.
1
O – A formosura das flores
F – Ornamenta a verde mata
J – E inspira a serenata
O – Com floridos multicores.
F – E, ao ficar vendo os verdores
J – De pétalas tão coloridas,
O – Me enterneço ante as garridas
F – Nuances da floração.
As flores do campo são
De perfumes guarnecidas.
2
F – Sinto o perfume das rosas
J – Dopando o interior
O – Com um aroma de amor
F – Vindo em tardes calorosas.
J – São elas pra mim formosas,
O – De inspiração revestidas
F – Que finda as dores contidas
J -  Dentro do meu coração.
As flores do campo são
De perfumes guarnecidas.
3
J – Perfumando a minha alma,
O – Ofertam elas a mim
F – Lirismo em cada jasmim
J – Que aflora em horas de calma.
O – Meu coração bate palma
F – Em tardes robustecidas
J – Com as cores concebidas
O – No chão da vegetação. 
As flores do campo são
De perfumes guarnecidas.

Mote: Osvanildo Almeida
Glosadores: Osvanildo Almeida (O),
Felipe Amaral (F) e Júlio Gomes (J)
Data 13/05/2005 


Mote:
Vi Deus num divino canto
De inacessível altura.
1
O – Pude ver o invisível.
F – O invisível pude ver.
O – O Grande e Sublime Ser.
F – O Excelso, o indescritível.
O – Toquei no inatingível.
F – Contemplei sua ternura,
O – Luz de refulgência pura
F – E me enlevei com o encanto.
Vi Deus num divino canto
De inacessível altura.
2
F – Enxerguei o Deus presente,
O – Imutável Ser divino,
F – Soberano e celestino,
O – Afável, puro e' inocente...
F – Sou um simples ser vivente.
O – Uma simples criatura.
F – Não sou páreo pra alvura
O – De Jesus, perfeito e santo.
Vi Deus num divino canto
De inacessível altura.
3
O – O Ser excelso, infinito
F -  Que me traz a paz suprema
O – Da pura vida é o lema
F – E o socorro do aflito...
O – Com ele, sempre contrito,
F – Sigo pela estrada pura,
O - “Pegado” na mão segura
F – Desse que enxuga o meu pranto.
Vi Deus num divino canto
De inacessível altura.
4
F – No Deus Filho eu tenho fé,
O – Na Trindade pura e casta
F – A qual do que é ruim me afasta,
O – Porque meu socorro é.
F – Pela fé estou de pé
O – Que essa a rocha segura
F – Que ergue da sepultura
O – O morto e lhe estende o manto.
Vi Deus num divino canto
De inacessível altura.

Mote: Felipe Amaral (F)
Glosadores: Osvanildo Almeida (O)
Felipe Amaral (F)
Data 03/06/2005 

Mote:
Eu vejo os traços de Deus
No revoar da gaivota.
1
O – Eu vi o céu festejando
F – Numa alegria suprema.
O – Ouvi o mais belo tema,
F – A natura o decantando.
O – Vi também, se debruçando,
F – Na foz de um céu terra-cota
O – Nosso Deus ouvindo a nota
F – Da canção dos anjos seus.
Eu vejo os traços de Deus
No revoar da gaivota.
2
F – Olhei a linda alvorada.
O – Vi a paisagem mais linda.
F – E consegui ver ainda,
O – Tão feliz, a passarada.
F – Vi uma flor orvalhada
O – Beirando a boca da grota...
F – E, a mim, tudo isso denota
O – A mão do Deus dos judeus.
Eu vejo os traços de Deus
No revoar da gaivota.

Mote: Osvanildo Almeida
Glosadores: Osvanildo Almeida (O)
Felipe Amaral (F)
Data 03/06/2005


Mote:
O céu se mostra mais claro
Numa tarde iluminada.
1
O – Ao romper do entardecer
F – Uma ave sobrevoa
O – A relva onde um pássaro entoa
F – Temas que nos dão prazer.
O – E nos parece dizer
F – Que a floresta está ligada
O – Às notas que a passarada
F – Decanta enquanto eu “reparo”.
O céu se mostra mais claro
Numa tarde iluminada.
2
F – Vejo o sol se refrescando
O – Na sombra da Providência
F – Ante a própria incandescência
O – De luz que lhe vem sobrando.
F – Segue o seu fulgor queimando
O – Uma chã já ressecada
F – Longe da fronde copada
O – Das árvores nas quais me amparo.
O céu se mostra mais claro
Numa tarde iluminada.

Mote: Felipe Amaral (F)
Glosadores: Osvanildo Almeida (O)
Felipe Amaral (F)
Data 10/06/2005


Mote:
As montanhas e as nuvens na paisagem
Sobre a tela de linda inspiração.
1
O – A neblina revela em minha frente
F – Um encanto de musa enlouquecida,
O – Com as cores na tela definida
F – Com tracejos do amor mais envolvente.
O – No meu quadro a natura está presente
F – Enlevando o meu ser, meu coração.
O – Na pintura da tela a emoção
F – Até passa impressão de ser miragem.
As montanhas e as nuvens na paisagem
Sobre a tela de linda inspiração.
2
F – Meu amor me remete uma pintura
O – Com retratos da alma casta e santa
F – De uma musa de formosura tanta
O – Que tem charme, beleza e tem doçura...
F – E, eu, aqui, a olhar sua estrutura
O – De estrelas nos ares da' amplidão,
F – Galgo o toque do encanto da paixão
O – Que revela uma face e uma imagem:
As montanhas e as nuvens na paisagem
Sobre a tela de linda inspiração.

Mote: Osvanildo Almeida
Glosadores: Osvanildo Almeida (O)
Felipe Amaral (F)
Data 25/06/2005


Mote:
Deus é a luz que irradia
Paz, poesia e amor.
1
O – Eterno Ser que habita
F – Nos alvos celestes véus.
O – Supremacia dos céus,
F – Sabedoria infinita.
O – A  imagem mais bonita
F – Impossível ao pintor
O – Reproduzir co'o labor
F – Mais alto que evidencia.
Deus é a luz que irradia
Paz, poesia e amor.
2
F – Supremo Ser divinal,
O – Santidade inigualável,
F – Pureza indenominável,
O – Fulgor de luz sem igual...
F – O Deus sobrenatural
O – É a joia de valor
F – Sem fim e o seu esplendor
O – É do' humano a energia.
Deus é a luz que irradia
Paz, poesia e amor.

Mote: Osvanildo Almeida (O)
Felipe Amaral (F)
Glosadores: Osvanildo Almeida (O)
Felipe Amaral (F)
Data 01/07/2005


Mote:
A noite esconde um segredo
Pra ser revelado a mim
1
O – A noite tem um mistério
F – Que me encanta e inebria.
C – É solitária e sombria
O – E escurece o hemisfério.
F – Eu, a vendo fico aéreo,
C – Pois que ela me deixa assim.
O – E a madrugada sem fim
F – Me afunda “astral” degredo.
A noite esconde um segredo
Pra ser revelado a mim.
2
F – Sei que a noite é como a musa
C – Poética da perfeição.
O – Traz encanto e' inspiração
F – Que, quem sente, não abusa.
C – A noturna aura profusa
O – Exala como o jasmim
F – Cheiro que incensa o jardim
C – Central do imenso arvoredo.
A noite esconde um segredo
Pra ser revelado a mim.
3
C – Na vastidão que se esconde
O – Na noite com seus mistérios,
F – O assombro dos cemitérios,
C – Ao silêncio, corresponde.
O – A voz que cala responde
F – Sem gritos ante o esplim.
C – Fala tintim por tintim.
O – Parece mostrar o dedo.
A noite esconde um segredo
Pra ser revelado a mim.
4
O – A noite assim se apresenta
F – Demonstrando a sua face
C – Como que se iluminasse
O – A grande nuvem cinzenta.
F – Toda noite representa
C – Uma tristeza sem fim...
O – A noite, então, faz assim,
F – Dorme pra morrer bem cedo.
A noite esconde um segredo
Pra ser revelado a mim.

Mote: Osvanildo Almeida (O)
Felipe Amaral (F)
Glosadores: Osvanildo Almeida (O)
Felipe Amaral (F)
Data 15/07/2005


Nós somos os cavaleiros
Da Távola da poesia
1
Nesta nossa cavalgada
Somos todos vencedores,
Combatentes promissores
Traçando a nossa jornada.
Vamos tomando a estrada
Em uma só rodovia
Sem “ter” no peito agonia
Como soldados guerreiros.
Nós somos os cavaleiros
Da Távola da poesia
2
Tendo força e esperança,
Seguimos nossos caminhos
E, nunca estando sozinhos,
Tecemos boa lembrança
Dos tempos bons de criança,
Tempos cheios de alegria,
“Onde” havia a fantasia,
Como há flores nos canteiros.
Nós somos os cavaleiros
Da Távola da poesia

Na natureza se esconde
O encanto da poesia.
1
Vejo o bom Deus contemplando
A beleza da natura,
O aroma e a doçura
Que, no ar, vêm se espalhando...
Um passarinho voando
Eu contemplo ao meio-dia
Há no seu voo a magia
Que à verde paz corresponde.
Na natureza se esconde
O encanto da poesia.
2
De tarde eu olho o “xofreu”
Cantar na copa da mata,
Fazendo uma serenata
Como alguém que já sofreu
Por amor e arrefeceu
Em horas de nostalgia,
Sentindo a vil agonia
Que em ais e gritos responde.
Na natureza se esconde
O encanto da poesia.


Estou com Deus, se me deito;
E com Ele ao levantar.
1
Deus, minha eterna guarida,
Meu refúgio e sustentáculo,
Ser santíssimo em santo oráculo
Atento às preces da vida
Do ser que não vê saída
E apoio ao peregrinar
Neste solo secular
Onde tudo é imperfeito.
Estou com Deus, se me deito;
E com Ele ao levantar.
2
Ó meu Senhor adorado!
Ó minha luz e esplendor!
És tu o meu Criador.
O meu Protetor sagrado.
Tu és por mim mui amado.
Me proteges ao andar
E, na hora de deitar,
Velas diante do meu leito.
Estou com Deus, se me deito;
E com Ele ao levantar.


A nossa procura é esta
E a nossa vida é assim.
1
A nossa vida, colega,
Mui dura é em cada ponto.
Enfrento. Não me acho pronto.
Mas luto e suporto' a' entrega...
“Batalhador não se nega
A confrontar o que é ruim.”
Existe uma força em mim
Que me incita, aviva e testa...
A nossa procura é esta
E a nossa vida é assim.
2
Um nítido e certo conserto
É nossa busca sem rogos.
Os anos são como jogos
Induzindo ao desacerto...
Mas topamos o aperto
De um mal horrendo e, assim,
Lutamos até o fim,
Que a glória é o que nos resta.
A nossa procura é esta
E a nossa vida é assim.


Quem nasceu só para amar
Morre de amor sem morrer.
1
No coração de quem ama
Pulsa um simples sentimento
Que mostra a todo o momento
Uma inclinação ao drama.
Seu interior reclama
Afeto, alento e prazer.
Porém se só vê sofrer,
Suporta se machucar.
Quem nasceu só para amar
Morre de amor sem morrer.
2
Deseja afagos, carinhos,
Afeição, paz e emoções
Que extravasem as tensões
Dos sentimentos daninhos...
Almeja não ver espinhos
Nos caminhos que escolher.
Quer amor, mas viver a ter
Só razões para chorar.
Quem nasceu só para amar
Morre de amor sem morrer.


A noite é uma aquarela
De paisagens nebulosas.
1
Quando fico olhando a noite,
Vendo um astro colorido,
Medito e busco um sentido
Pra vida em cada pernoite.
Sinto do vento o açoite.
E, ao lado das negras rosas
Que se formam caprichosas
Ante as pinturas da tela
A noite é uma aquarela
De paisagens nebulosas.
2
O quadro da noite escura
É a pintura perfeita
Que inspira, encanta e deleita
O negrume que a' emoldura.
Essa perfeita pintura
É mais que as telas famosas
Das galerias charmosas
Que a' imensa urbe revela.
A noite é uma aquarela
De paisagens nebulosas.


O tempo marca o compasso
Das batidas da saudade.
1
Minha primeira morada
Foi a barriga aquecida,
Ventre de mamãe querida,
Que me serviu de estada...
Não senti falta de nada.
Porém, na maternidade,
Desfrutei da liberdade
Do ventre e seu curto e espaço.
O tempo marca o compasso
Das batidas da saudade.
2
Recordo a bela sacada
Do alpendre da casa minha.
Aquela linda casinha
Foi minha antiga morada.
Hoje só resta a fachada.
Da construção, a metade...
Uma tristeza me invade,
Aí, eu choro um bocado.
O tempo marca o compasso
Das batidas da saudade.


O coração da' amizade
Sente um amigo perdido.
1
Quando a distância aproxima
Meu peito de uma tristeza,
Fica mais perto a certeza
Da solidão que se arrima.
A lembrança se ergue acima
Do riso baixo e sentido...
E, ao lembrar um ser querido,
Sofro sem tranqüilidade.
O coração da' amizade
Sente um amigo perdido.
2
Um amigo foi embora.
Levou de mim um pedaço.
Lembrá-lo é o que mais faço.
Quero saber onde mora!
Mas ele partiu. E agora?
Deixou meu peito ferido.
Nunca será esquecido
Na minha comunidade.
O coração da' amizade
Sente um amigo perdido.


O fogo é quente demais
E queima mais do que brasa.
1
Língua de sogra é comprida.
Fala de “gay” é bichal.
Adeus camuflado é tchau.
Rede de velho é puída.
Casa de gente é guarida.
Casado é'o ser que se casa.
Aviso é pra quem se atrasa.
Pau, pra quem fala e não faz.
O fogo é quente demais
E queima mais do que brasa.
2
Carro de boi é pra roça.
Roçado é pra o que é roceiro.
Auspício vem de agoureiro.
Pamonha vem da palhoça.
Fina é quando não é grossa.
Funda é quando não é rasa.
Fundamento é o que embasa.
E a' entrega é o que se traz.
O fogo é quente demais
E queima mais do que brasa.

Não há quem comemore a solidão...
1
Não existe ninguém, digo a você,
Que se alegre em ver só o sofrimento,
Que não busque no meio do lamento
A resposta que ilida o seu porquê.
Que as respostas profundas ninguém vê
Quando as quais se mantêm na' escuridão.
E a convicta fé que há na razão
Finda sempre atolada na' incerteza,
E a nossa alma mergulha na tristeza...
Não há quem comemore a solidão.
2
Quando existe um lamento sobre a gente
A tristeza nos causa um desalento
E findamos atados a'um momento
De incerteza e de dor constantemente.
Não nos vemos felizes, simplesmente
Porque tudo nos traz decepção
Que se entranha no nosso coração
Como fios de algodão entre os espinhos
Ou tapumes de pedras nos caminhos...
Não há quem comemore a solidão.


Eu não sei o porquê desta saudade
Que me alcança e me fere o coração.
1
Muitas vezes me encontro solitário
Ante as dores que envolvem o meu ser.
Outras vezes pareço me perder
No rigor do sofrer do meu calvário.
Os momentos me deixam temerário
E eu me entrego ao pesar dessa visão.
E, assim, prisioneiro da' emoção
Eu me vejo sem lumes de vaidade,
Mas não sei o porquê desta saudade
Que me alcança e me fere o coração.
2
Uma dor que me invade o sentimento,
Toma conta integral deste meu ser
Que se atira em um forte e vil sofrer
Da' amargura cruel desse tormento.
Tento olhar algo além do meu lamento,
Mas me encontro inda afeito à solidão.
Permaneço sem ter consolação,
Vendo o ocaso da minha mocidade
Sem saber o porquê desta saudade
Que me alcança e me fere o coração.


As minhas necessidades
Ocupam-me até demais
1
Vou pra trás e vou pra frente,
Fatalmente atarefado
E, ao correr pra todo lado,
Me aperreio mortalmente.
Se do meu lar fico ausente,
Me lastimo mais e mais
Pelas lidas infernais
Das minhas atividades.
(Que) As minhas necessidades
Ocupam-me até demais.
2
Vivo numa correria.
Em um sufoco sem fim.
Corro. Corro. E, ai de mim,
Se não me esfalfar no dia.
Me encontro numa agonia
Que aniquila a minha paz.
Que esgoto todo o meu gás
Cumprindo as prioridades.
As minhas necessidades
Ocupam-me até demais


Esta vida é complicada!
1
Neste sufoco medonho
Eu estou todo atolado.
Eita sufoco danado!
Eita viver enfadonho!
À noite, deito e não sonho,
Que a soneca é mal tirada.
E, ao dar uma cochilada,
Tem pesadelo e espanto...
Pra quem sofre deste tanto
Esta vida é complicada!
2
A minha mulher me bate.
A vizinhança me xinga.
Sofro roçando a caatinga,
Enfrentando o meu combate.
Vivo a ouvir disparate.
Tô de mente atordoada.
E, de cuca aperreada,
Fico fazendo loucura.
Não há remédio. É sem cura
Esta vida complicada!


Sonhos de natal são mais
Do que sonhos de natal.
1
Vi Papai Noel voando
Numa estrela florescente.
Vi uma luz reluzente
E fiquei observando:
Papai Noel vinha andando,
Caminhava coisa e tal
Nesse dia especial
Repleto de amor e paz.
Sonhos de natal são mais
Do que sonhos de natal.
2
Vi um velhinho cansado
Com seu saco de presentes,
Trenó, renas reluzentes
E fiquei entusiasmado...
Era um velhinho barbado
Que, de modo cordial,
Tendo a face angelical,
Trouxe presentes demais.
Sonhos de natal são mais
Do que sonhos de natal.
3
O bom velhinho risonho
Sorria dizendo assim:
“Venham crianças pra mim,
Que hoje à noite é tudo um sonho!”
Nada havia de enfadonho
Naquele ar dominical.
Corria no pinheiral
Frias brisas sazonais.
Sonhos de natal são mais
Do que sonhos de natal.
4
Um velhinho sorridente
Prosseguia o seu caminho
Cheio de pompa e alinho
Num vermelho resplendente.
Trouxe-me um lindo presente
Que eu encontrei no quintal.
Exclamei: “Que bom! Legal!”
E o fui mostrar pra os meus pais.
Sonhos de natal são mais
Do que sonhos de natal.
5
Ó meu natal envolvente,
De abundantes alegrias,
De amores e mil magias
De um sentimento inocente.
Data auto-suficiente
De uma paz transcendental.
Pois que o natal, no geral,
É isso que a todos traz.
Sonhos de natal são mais
Do que sonhos de natal.
6
Muitos natais se passaram
Com paz, amor e alegria.
Muitíssimo me alegraria
Ao ver que eles regressaram...
Pois, com os anos, voaram.
Se foram no temporal
Das horas. E um outro igual
Aos tais, não verei jamais.
Sonhos de natal são mais
Do que sonhos de natal.
7
Uma estrela no infinito
Trouxe-me a paz e a certeza
Que, diante da singeleza
De um dia frio, mas bonito,
Eu veria o amor bendito
Envolver o pessoal
Em todo e cada local
Nessa data que me apraz.
Sonhos de natal são mais
Do que sonhos de natal.
8
Sinos natalinos têm
Toques que lembram a' infância
E todo natal, fragrância
Que nos transporta pra' além
Do que é real, porque vem
Envolto em emocional
Paz sublime e divinal
Na qual o ser se compraz.
Sonhos de natal são mais
Do que sonhos de natal.
9
Ó meu natal tão querido,
Meigo, infantil e inocente,
Amoroso e envolvente
E por todos preferido!...
Ouço do sino o tinido
E, o redobrar do metal,
Leva-me além do real
Onde os sonhos são reais.
Sonhos de natal são mais
Do que sonhos de natal.
10
Tantos natais que vieram
Co' extrema suntuosidade...
Tantos natais, na verdade,
Seus bons instantes tiveram...
E tantos há que esperam
Gozar de paz sem igual
Por bem mais que um dia tal
Tão frugal e tão fugaz.
Sonhos de natal são mais
Do que sonhos de natal.