segunda-feira, 29 de julho de 2013

Já posso escutar o eco / Da voz infernal da tumba.


1
RF – Ando por ruas medonhas
JC – Buscando paz - mas não acho -
RF – Por entre um vil populacho
JC – E entre vielas tristonhas.
RF – Nessas horas enfadonhas
JC – A voz da morte retumba
RF – E a minh’alma se amofumba
JC – Nela, por quem me obceco.
Já posso escutar o eco
Da voz infernal da tumba.
2
JC – Procuro me libertar
RF – Do medo que me encarcera,
JC – Mas ainda escuto a fera
RF – Que insiste em me amedrontar.
JC – Peço a Deus pra me ajudar.
RF – “Me livrar” dessa quizumba.
JC – Pra que o meu ser não sucumba,
RF – Diante disso, a Deus impreco...
Já posso escutar o eco
Da voz infernal da tumba.
3
RF – Fui a hospitais e clínicas
JC – De juntas psiquiátricas
RF – Para sanar necrolátricas
JC – Irrupções histamínicas.
RF – Fortes dores miodínicas
JC – Com inchações de caxumba -
RF – Daquela que o corpo “chumba”-
JC – Quase me deram um “treco”.
Já posso escutar o eco
Da voz infernal da tumba.
4
JC – Então, ao fim, decidi
RF – Enfrentar esses meus medos
JC – Pra desvendar os segredos
RF – Dos males que padeci.
JC – Sendo assim, eu descobri
RF – Que tinham feito macumba...
JC – E eu fui lá “na” catacumba
RF – E desfiz aquele “treco”:
 - Não escuto mais o eco
Da voz infernal da tumba


RF – Roberto Felipe Amaral
JC – João Carlos Nogueira